SAÚDE INTEGRATIVA
Fitoterapia na Saúde Pública no Brasil
Publicado em: 19/08/2021
Nossa caminhada pelo conhecimento e aplicação da Fitoterapia começou com os indígenas e atravessou importantes momentos até se tornar uma Política de Saúde.
Talvez você não saiba mas, em 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhecia e recomendava o uso de plantas medicinais em tratamentos terapêuticos como uma prática fundamental na promoção da saúde das pessoas. Segundo o órgão, nos países em desenvolvimento, 70 a 95% da população depende de terapias tradicionais com o uso de plantas medicinais na Atenção Básica de Saúde. Ainda segundo a organização, para muitas pessoas, a medicina tradicional baseada no uso de plantas é a principal e muitas vezes até a única fonte de atenção à saúde disponível em certas localidades..

No entanto, o esforço em integrar esse conjunto de saberes e práticas aos serviços de saúde — em especial aos de saúde pública — se deu de forma diferente em muitos países. Saiba um pouco mais sobre como isso aconteceu por aqui!

No caso do Brasil, nossa caminhada atravessou importantes momentos que passaram não só a reconhecer nosso patrimônio natural da biodiversidade, mas também a resgatar a valorização de nossa cultura popular, das práticas complementares e integrativas em saúde e da valorização de modos mais sustentáveis e inteligentes de agricultura e consumo.

O uso de fitoterápicos no Brasil data do início dos povos brasileiros, sendo que alguns conhecimentos sobre o uso de plantas medicinais, principalmente os de influência indígena, se mantêm presentes até hoje em nossa população, principalmente daquelas pessoas que habitam espaços mais próximos à natureza. Ervas bastante conhecidas como Alfazema, Arnica, Cânfora, Capim cidreira, Arruda, Carqueja, Citronela, Espinheira-santa, Guaco, Hortelã, Macela, Melissa e Poejo, são apenas alguns exemplos de plantas utilizadas na cultura indígena para tratar diversos males, às quais recorremos nos dias atuais em busca de auxílio!

Os conhecimentos atuais sobre o uso das plantas medicinais em nossas terras também receberam forte influência dos povos africanos que vieram para o Brasil, e ainda dos europeus, mas foi só em 2006 que sua aplicação ganhou uma política específica, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Voltada ao incentivo e regulamentação do uso adequado de plantas medicinais e remédios caseiros derivados em tratamentos, ela foi um importante marco no reconhecimento público da Fitoterapia como iniciativa complementar e integrativa de saúde, por mais que as práticas fitoterápicas populares nunca deixaram de permanecer vivas em nosso país e história.

Buscando “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”, a Política foca em estabelecer diretrizes para o uso e promoção da Fitoterapia para a população e, em especial, na Atenção Básica de Saúde, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde); e ainda em toda a cadeia de produção, distribuição e uso dos medicamentos naturais.

Conheça seus principais pilares:

• Apoiar práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros.

• Promover a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos das plantas medicinais, insumos e fitoterápicos.

• Construir e/ou aperfeiçoar marco regulatório em todas as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, com foco em boas práticas de cultivo, manipulação e produção de plantas medicinais e fitoterápicos.

• Incentivar a pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos em toda sua cadeia produtiva.

• Desenvolver estratégias de comunicação, formação e capacitação no setor de plantas medicinais e fitoterápicos.

• Promover o uso sustentável da biodiversidade.

A realidade brasileira

Como podemos ver, a Política — que tem caráter transversal e envolve diversos setores governamentais que vão desde a Saúde e o Meio Ambiente até o Desenvolvimento Social — entende que não basta apenas incentivar e promover o uso de fitoterápicos no Brasil, sem também avaliar de que formas o uso de plantas medicinais pode se tornar mais amplo, efetivo e acessível à população. Isso implica olhar também para sua forma de cultivo, produção, distribuição e como esses medicamentos naturais estão tendo seu uso de fato facilitado, recomendado e comunicado para as pessoas.

Considerando a grande diversidade e disponibilidade destas plantas nos biomas e na biodiversidade brasileira, é importante lembrar que temos um grande potencial nesse sentido. Somos um país que detém 15 a 20% do total da biodiversidade mundial, no entanto, também estamos entre os 10 maiores dependentes de remédios do mundo, o que inclui em grande parte os fármacos convencionais e seus graves efeitos colaterais (você pode conferir mais sobre isso neste nosso artigo). Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia, existe uma drogaria para cada 3.300 brasileiros. No topo dessa lista figuram como mais vendidos fármacos como analgésicos, descongestionantes nasais, anti-inflamatórios e alguns antibióticos, muitos remédios que podem, em alguns casos, ser substituídos ou ter seu uso complementado com segurança por soluções naturais, mediante a devida orientação médica.

Outro ponto importante a ser avaliado é que, além da alta taxa de biodiversidade, o cultivo de plantas medicinais por meio de alternativas de baixo impacto ambiental, como a agricultura familiar por exemplo, e o legado e a boa aceitação desse tipo de tratamento em nossa cultura, podem ser um importante vetor de desenvolvimento socioeconômico e combate à pobreza. Ou seja, mais saúde e geração de renda de forma sustentável para todos.

Uma outra faceta interessante de ser observada é que o uso de fitoterápicos no Brasil muitas vezes já concebe os efeitos psicoemocionais ou até mesmo usos relacionados à crenças religiosas e espirituais dessas substâncias, o que torna o assunto um campo vasto para pesquisa científica, cultural e etnográfica. Temos por exemplo que muitas ervas usadas nas culturas afro, indígenas ou sincréticas, são detentoras de propriedades energéticas que ainda podem ser mais conhecidas e utilizadas. A nossa própria raiz cultural, como já mencionado, traz à luz trajetórias e histórias de benzedeiras, pajelanças e práticas que vão desde banhos, defumações e similares até limpezas energéticas, guardando muitos saberes sobre propriedades psicoemocionais, fitoenergéticas e transcendentais que as ervas carregam.

Você também quer atuar com a Fitoterapia?

Só no Brasil o Ministério da Saúde já investiu mais de 30 milhões em projetos relacionados ao uso de plantas medicinais no SUS, sendo que o mercado de fitoterapia cresce aproximadamente 20% ao ano. As possibilidades de atuação nele são muitas e vão muito além da produção e comercialização de medicamentos naturais ou somente o uso na Saúde Pública. Existem possibilidades dentro da Fitoterapia que podem se encaixar em diversos modelos de negócios e carreiras, sendo sua aplicação muito ampla. Se você gosta desse assunto, preparamos um material bastante rico sobre isso em um Ebook gratuito que irá te contar como expandir sua carreira com a Fitoterapia. Clique e conheça!


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